domingo, janeiro 28, 2007


No nosso jardim,

grama, céu, sol, estrela
Lua cheia

permuta, troca, cópula
Na nossa cozinha

café, avelã
No nosso quarto

nada de teoria vã
No nosso quintal

flores, folhas e espaço
E seguimos assim no contrário

passo a passo

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Minutos antes de madrugadecer
Pensei em te fazer uns versos
Versos assim, coloridos.
Pra ti, por ti. Por ser
minha única teoria válida.

Peço a ti, que anote
Num caderno ou na agenda
que nunca esqueça de ter por mim
Amor. Para que eu não pereça
E nem me torne coisa perecível.
Quero ser contigo, coisa
que não acaba.

Por agregares em ti, todas as notas
de toda suavidade sonora
dedico a ti, minhas não-rimas pobres.
E se algum dia te esqueceres
Lembra de algum pássaro que canta.
Lembra do pássaro sem asas.
Mas, que sempre que quer
Voa alto pra te encontrar.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Me deixe em paz com minha profecia.
Fica aí com tuas teorias infundadas,
com teu manual de fazer não-viver.
Fizeste curso com o absurdo?
Ou foi o absurdo que te aprendeu?
Tuas verdades inventadas,
não me inventam máquina.
Sou de carne e osso.
Sou gente.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Nas palavras eu me escondo e não saio de mim pra nada.
Se um rio passar por trás, talvez eu até vire um barco.
O meu lugar é o tempo. Seja no rio, no arco-íris,
na lua cheia ou no eclipse.
Quero estar aqui, ali ou além, até que as palavras,
o vento e o tempo se extasiem em mim como num cio do verbo.
Quem foi que disse que existe regra pra não caber em si?
Almejo o som do silêncio e meu rastro de pés cansados.
Quero me metaforizar.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

De uma tarde sutil...

Naquele quintal incerto
(tanto quanto certo)
passava um rio de lírios.
Peregrinos risos soltos
Presos em taças largas
Variam com as notas floridas

De flores que não falam
Tão somente transmitem
Mais que cheiro, cor.
Sobem sons, descem densos
passeiam por cima de tudo
e se encostam nas pétalas alvas.
E é de ver a beleza e o contentamento
em flores que não falam
em notas soltas e risos largos
que sinto certeza
do instante do agora
pra sempre.
De uma interminável tarde em mim.
Anoitece então.
A vontade de alvorecer
tal como o som das águas.
E amanhece, enfim
a luz dos lírios
Foi-se cor de vinho
fez-se som de flor.
Eu noite
Eu lírio
Eu brisa
Com o vento se foi o dia.
E amanhã
(tem outro)
Tu dia
Tu paz
Tu violeta
Porque se vem a noite
chega o agora

(e sempre mais)
O poema-flor não acaba
A flor-poema não morre
Findo aqui
Antes que desbote a cor.

Eu e Suka, no primeiro dia do ano.