segunda-feira, janeiro 01, 2007

De uma tarde sutil...

Naquele quintal incerto
(tanto quanto certo)
passava um rio de lírios.
Peregrinos risos soltos
Presos em taças largas
Variam com as notas floridas

De flores que não falam
Tão somente transmitem
Mais que cheiro, cor.
Sobem sons, descem densos
passeiam por cima de tudo
e se encostam nas pétalas alvas.
E é de ver a beleza e o contentamento
em flores que não falam
em notas soltas e risos largos
que sinto certeza
do instante do agora
pra sempre.
De uma interminável tarde em mim.
Anoitece então.
A vontade de alvorecer
tal como o som das águas.
E amanhece, enfim
a luz dos lírios
Foi-se cor de vinho
fez-se som de flor.
Eu noite
Eu lírio
Eu brisa
Com o vento se foi o dia.
E amanhã
(tem outro)
Tu dia
Tu paz
Tu violeta
Porque se vem a noite
chega o agora

(e sempre mais)
O poema-flor não acaba
A flor-poema não morre
Findo aqui
Antes que desbote a cor.

Eu e Suka, no primeiro dia do ano.

5 comentários:

Anônimo disse...

a primeira tarde do ano registra-se assim... num quintl aconchegante, com boa companhia, boa bebida, boa música...

as coisas brotando como num rio de lírios...

^^

bjos, pessoa linda!

o que alimenta, sempre cala. disse...

que maassa, quer dizer que vosmecês passaram o revellion together, foi?

Éguas, massa.

=****

angelic fruitcake disse...

flores, minha flor...

léo ocioso disse...

vixe...
foi lindo...
eu vi nascer.
só não peguei no colo, peguei nas mãos.
não quis interferir com medo de ferir.
mesmo assim sangrou de uma tarde azul para um vinho para a noite.

e não morre mais.
inté outras tardes como tais.
minhas poetas.

Sol Noturno disse...

gente que belo.
parcerias são sempre belas, ainda mais num momento que parece que as coisas estão renascendo.
lind@s vcs.
beijos