segunda-feira, novembro 26, 2007

Solunar.

O ponteiro marca quase meia-noite,
o tic-tac inquietante martela pensamentos.
É uma agonia opaca, as noites deixam de cintilar
e torna em dor o adormecer diário.
As pálpebras pesam no colo da angústia.
Cansada... É preciso ver a vida amanhã.

quinta-feira, novembro 15, 2007

"A felicidade é uma arma quente..."

Tenho realmente andado triste. Triste por coisas que aconteceram, por coisas que não aconteceram. Devo estar me sentindo triste por haver poucas surpresas[na verdade elas não existem]... Faz muito tempo que não vejo, leio ou ouço algo que me emocione. Digo emocionar de verdade. Coração na boca, mãos suadas, voz trêmula. E choro...
Choro por não me emocionar, por não provar das sensações de outros sabores, de outras surpresas e me sinto só. Mas não é uma solidão que sempre tive, é uma solidão acompanhada.
Me sinto só, acompanhada pela cruz que carrego, pelos caminhos escolhidos e pelas escolhas. Sinto que já não consigo suportar, carregar minhas próprias dores.
E choro, por já não acreditar tanto em mim, nos outros. Pela minha fé que está esquecida em algum compartimento da memória. Choro por já não conseguir mais sair destroçada de um filme com enredo triste, por de propósito desperceber toda alma que existe nas músicas que ouço.
Me choro por me faltarem reticências cotidianas e por não querer perceber que o mundo é uma paisagem sonora harmoniosa e possível... E tudo isso, em troca de levar uma overdose de realidade. Um tapa do mundo de verdade.
E tudo que me resta agora são algumas certezas, que por mais que soem tão cruéis aos meus ouvidos [e aos de outrem] são evidências.
Fico então com o grito preso no cárcere dos meus pensamentos e um nó na garganta.