quinta-feira, novembro 15, 2007

"A felicidade é uma arma quente..."

Tenho realmente andado triste. Triste por coisas que aconteceram, por coisas que não aconteceram. Devo estar me sentindo triste por haver poucas surpresas[na verdade elas não existem]... Faz muito tempo que não vejo, leio ou ouço algo que me emocione. Digo emocionar de verdade. Coração na boca, mãos suadas, voz trêmula. E choro...
Choro por não me emocionar, por não provar das sensações de outros sabores, de outras surpresas e me sinto só. Mas não é uma solidão que sempre tive, é uma solidão acompanhada.
Me sinto só, acompanhada pela cruz que carrego, pelos caminhos escolhidos e pelas escolhas. Sinto que já não consigo suportar, carregar minhas próprias dores.
E choro, por já não acreditar tanto em mim, nos outros. Pela minha fé que está esquecida em algum compartimento da memória. Choro por já não conseguir mais sair destroçada de um filme com enredo triste, por de propósito desperceber toda alma que existe nas músicas que ouço.
Me choro por me faltarem reticências cotidianas e por não querer perceber que o mundo é uma paisagem sonora harmoniosa e possível... E tudo isso, em troca de levar uma overdose de realidade. Um tapa do mundo de verdade.
E tudo que me resta agora são algumas certezas, que por mais que soem tão cruéis aos meus ouvidos [e aos de outrem] são evidências.
Fico então com o grito preso no cárcere dos meus pensamentos e um nó na garganta.

5 comentários:

Luana! disse...

A solidão é o desencanto do tempo, do espaço, do corpo, da alma. A solidão é o encantamento da vida, do mundo, das pessoas, de Deus.
Vou colocar o teu blog para acompanhar a solidão do meu blog, ok, Toscássia???


;***

Anônimo disse...

Quando me sinto sozinho, procuro tomar um remédio e fazer terapia, que é me trancar no quarto, apagar a luz, deixar uma meia-luz (se possível, em noite de lua cheia) e ouvir Elis ou Milton.
Eles ainda me fazem chorar, sobretudo Milton.
Aí, eu choro e durmo. E meu choro vira chuva mesmo sem ouvir o gotejar da água caindo nem o cheiro forte de terra molhada, mas mesmo assim, o novo dia vem, de uma forma ou de outra...

D disse...

Oh, passarinho!

Dizem que amarelo é a cor do desgosto...
Pra mim, é agora a cor da tua alegria ( o amarelo contente das camisetas, da luva do forno, do giz de cera) e me dói quando teu amarelo tá assim, desgostoso como dizem que é pra ser...

Anônimo disse...

a solidão sozinha corre atrás daqueles que mais se alegram com as cores deste mundo! talvez isso explique um pouco o calor da felicidade... aí bate uma tristeza, uma descrença repentina... e dá um frio, um nó... mas o lindo mesmo é quando se volta a acreditar. o reencontro com a fé perdida ou esquecida num cantinho da memória... e essa paisagem sonora ainda é possível! é sim.

beijões!

Anônimo disse...

"Os problemas passarão, eu passarinho" (MÁRIO QUINTANA).
O que hoje é dor, amanhã é só mais uma história de superação pra contar. Ninguém consegue falar da aventura de viver, sem ter vivido"(ROBSON JUNIOR)